domingo, 16 de setembro de 2007

UNIFEM

O programa do UNIFEM Incorporação das dimensões de eqüidade de gênero, racial e étnica nos programas de combate à pobreza em quatro países da América Latina, foi realizado com apoio da Agência Espanhola de Cooperação Internacional (AECI). Iniciado em 2006, ele tem como meta incorporar as dimensões de gênero, racial e étnica na construção das políticas públicas e na agenda das organizações que tratam das questões da pobreza. O programa tem enfoque na região latino-americana, em particular em quatro países onde as populações de negras e indígenas são consideravelmente altas e apresentam elevadas taxas de pobreza: Brasil, Bolívia, Guatemala e Paraguai.
A escolha dos países se justifica pelo seu contexto social e político. O Brasil é um dos países mais desiguais do mundo, o que se torna mais evidente quando analisado sob uma ótica racial e étnica. No país, 48% da população é negra e desta quase 70% é considerada pobre. A Bolívia, onde 60% da população é indígena, é o país mais pobre da América do Sul, e também o que tem a maior dúvida externa. O Paraguai também é um país com grande contingente populacional indígena e 48,8% da sua população vive abaixo da linha de pobreza. É o país mais pobre do Cone Sul. A Guatemala é conhecida como um país multicultural, com quase a totalidade da população composta por mestiços e indígenas e 52,9% desta em situação de pobreza. Além disso, encontra-se em processo de reconstrução, após longo período de conflito armado.

O objetivo mais amplo do programa é a incorporação das questões de igualdade de gênero, raça e etnia nas ações de atores políticos e sociais, com vistas a contribuir para a redução da desigualdade social da região. O programa prevê quatro áreas de atuação estratégicas: primeiramente, a sistematização de conceitos, metodologias analíticas, indicadores de pobreza e lições aprendidas. A segunda buscará o fortalecimento de organizações governamentais e não-governamentais que atuam com as temáticas do Programa. A terceira área se refere à coordenação das ações entre órgãos governamentais voltados às populações negras e indígenas e aqueles relacionados à formulação de políticas públicas, planejamento e estatísticas. Finalmente, a quarta área de atuação estimulará ações conjuntas com as diversas agências das Nações Unidas e a utilização de instrumentos internacionais de promoção dos direitos humanos, como a Convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação racial (CERD) e a Convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra a mulher (CEDAW).

Outro propósito do programa é aumentar o intercâmbio entre países latino-americanos e africanos, fortalecendo a cooperação Sul-Sul nas ações de combate à pobreza a partir das dimensões de gênero, raça e etnia. Será fundamental para o desenvolvimento do programa a participação de redes feministas de mulheres negras e indígenas.

Boletim Informativo Especial da SEPPIR para a 3ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional

tirei daqui: www.unifem.org.br

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